A utilização de fibras naturais, como o sizal, o linho e a juta, em eventuais derramamentos de petróleo no mar ou na poluição dos rios foi explicada esta quarta-feira, em Braga, pelo investigador indiano Sabu Thomas, da Universidade de Mahatma Gandhi, durante a 3.ª Conferência Internacional sobre Fibras Naturais, organizada pela Fibrenamics, da Universidade do Minho.
Este investigador adiantou que essas fibras naturais muito pequenas extraídas de plantas como o sizal, o linho e a juta constituem-se num material biodegradável com múltiplas aplicações. Além dessa capacidade de absorção de líquidos (como no caso dos derramamentos ou da poluição nos rios) podem também ser utilizadas em várias situações de reforço de outros materiais, como os plásticos que são utilizados no setor automóvel.
Também a forma de processar as nanoceluloses e de as converter em produtos pode vir a cruzar-se com o setor têxtil, designadamente em áreas como a tinturaria, acabamentos, estamparia e fiação.
Késia Souto Silva, da universidade brasileira de Rio Grande do Norte, desenvolveria também este tema da enorme capacidade de absorção que as fibras naturais têm no óleo derramado nos mares.
O investigador italiano do Politécnico de Turim Roberto Pennacchio preferiu chamar a atenção dos participantes nesta conferência que decorre em Braga até sexta-feira para uma outra utilização das fibras naturais: no caso o isolamento na construção civil. E aqui também entra o têxtil que junta as fibras dispersas e aglomera-as para essa utilização no isolamento (térmico ou de ruídos) dos edifícios.
A manhã desta quarta-feira acabou por se transformar num desfiar de utilizações variadas das fibras naturais e do linho em particular. O francês Vincent Placet chamou a atenção para o uso delas nos materiais compósitos utlizados na aeronáutica ou nos setores aeroespaciais e do automóvel. E na área da saúde, Anett Kondor, investigadora do Reino Unido, descreveu a capacidade anti-microbiana dessas mesmas fibras naturais.
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