Tóquio é, para os amantes de moda, um destino repleto de inspiração, da arquitetura às paisagens naturais, passando pelo talento emergente de design. Nas últimas estações, a cidade abraçou novas tendências, como o revivalismo de marcas clássicas, e abriu portas a novos pontos de retalho.
A capital japonesa é um verdadeiro caldeirão de estilos e ainda que muitos dos seus designers estejam a deixar-se levar para a vizinhança de Seul como a mais recente inspiração, a semana de moda de Tóquio tem sabido manter a sua posição como a principal montra da moda da Ásia. O forte pendor comercial e a aposta clara no streetwear continuam a ser as suas mais-valias.
Todavia, é bem mais pela rua, que funde street style com espaços de retalho, do que pela passerelle, que Tóquio apaixona a comunidade moda internacional.
O lugar do estilo de rua de Tóquio na moda, design e arte é incontornável, analisando os trajes góticos do bairro de Harajuku, das princesas kawaii e, claro, dos seguidores de Yohji Yamamoto e Rei Kawakubo.
A abundância de lojas conhecidas como zakka-ya, expressão traduzida para “lojas de bens diversos”, é já uma realidade familiar para muitos turistas, mas a designação acaba por ter uma definição mais ampla, resumindo um estilo de vida no qual o encanto estético do inventário provém da sua utilidade. Este é um género de retalho que o Japão transformou numa verdadeira forma de arte e os seus equivalentes ocidentais são escassos.
Além disso, Tóquio alberga também alguns dos espaços arquitetónicos e pontos de retalho mais dinâmicos de marcas de luxo internacionais, como a Prada ou o Dover St Market.
No horizonte das camadas mais jovens de consumidores nipónicos, ergue-se agora um conjunto de novas tendências, captadas pelo portal WGSN.
Regresso aos clássicos
Dentro dos guarda-roupas dos jovens japoneses destaca-se atualmente a preponderância de marcas clássicas de malhas, muitas delas americanas.
Artigos da Champion, Healthknit, Hanes e Gildan podem ser encontrados em qualquer loja vintage, mas também em grandes armazéns.
Aposta na cor
Dentro das malhas, a cor é um dos critérios de seleção, com a juventude nipónica a privilegiar tons de rosa, lilases e neutros como o champanhe e o bege.
Silhuetas soltas e sobreposições
Nas silhuetas, o fitting largo é o favorito e o jogo de sobreposição tem conquistado muitos adeptos. Os casacos inspirados no menswear, como os blusões de denim da Levi’s, são um dos pilares atuais dos guarda-roupas das millennials nipónicas.
Retalho em ebulição
Na cena do retalho, os espaços da Journal Standard, que se estende por três andares com womenswear e menswear de pegada adolescente, e do conhecido Dover St Market, são os mais populares.
Já a X-Girl, voltada para os millennials e membros da geração Z, originalmente fundada por Kim Gordon em Nova Iorque, foi reavivada pela filha da artista com os trendsetters de Tóquio em mente. A marca colaborou recentemente com Yayoi Kusama e com a Playboy.
Centrada no lifestyle, a proposta da H Beauty and Youth tem por base conceitos em vez de marcas e a Beams dedica dois andares a uma mistura eclética de feminilidade japonesa urbana.
in Jornal Têxtil