Fazer malhas com urtigas? Sim, é possível. Chama-se Interlock Jacquard.
Chama-se Interlock Jacquard, é uma das últimas novidades tecnológicas da Vilartex e acaba de ser distinguida com o High Tex Award para a área de Inovação da Munich Fabric Start. A feira, que é um dos mais prestigiados e importantes certames do sector têxtil, e a inovadora têxtil de Guimarães foi, por isso, uma das protagonistas maiores na cerimónia que teve na Key House da feira. E quem subiu ao palco foi o responsável pelas exportações da Vilartex, Carlos Coutinho, na foto o segundo a contar da esquerda.
A par da inovação, o prémio destaca ainda as características de sustentabilidade da Interlock Jacquard, uma malha circular que se distingue por incorporar urtigas na sua composição. Ao algodão orgânico (73%) e às urtigas (13%), a nova malha associa ainda polyester (12%) e elastano (2%). Um produto que tem já grande procura por parte dos muitos clientes internacionais da empresa, cada vez mais orientados por preocupações ambientais e objectivos de reciclagem.
É precisamente nesta área que a Vilartex se tem destacado, posicionando-se claramente na linha da frente no fornecimento de matéria-prima. Antes da incorporação das urtigas, já a produção de malhas a partir da utilização de resíduos plásticos recolhidos no mar era uma realidade, depois de a empresa ter sido também pioneira no uso de algodão amigo do ambiente e de ter começado a produzir a partir de garrafas de plástico recicladas.
A par da certificação GOTS, de responsabilidade ambiental, a Vilartex – Empresa de Malhas de Vilarinho, Lda, há muito que utiliza também o algodão BCI, de produção a amiga do ambiente, e há mais de dois anos tinha avançado também com a utilização de fios resultantes de garrafas de plástico recicladas.
“Estamos orgulhosos de fazer parte deste movimento”, disse recentemente o T a administradora Carmen Pinto, mostrando que a utilização de soluções de sustentabilidade e amigas do ambiente representa também uma vantagem competitiva. “Fomos pioneiros e avançamos para a utilização de fio reciclado por iniciativa nossa, sem que isso nos tivesse sido exigido ou solicitado pelos clientes. Sabíamos que as grandes marcas como a H&H, Adidas, COS ou Inditex têm objectivos a cumprir nesta matéria até 2020, e o que se verifica é que começa a haver uma procura louca deste tipo de materiais”, confessou Carmen, que partilha com os pais e irmãos a direcção da empresa.
Desde 2013 que A Vilartex decidiu investir na exportação como forma de contornar a grande dependência do mercado ibérico. A aposta na qualidade e em produtos inovadores tem sido ponto central na estratégia, que em três anos permitiu passar de 300 mil euros para 1,7 milhões de exportações, numa facturação que este ano deverá passar já dos 30 milhões.