Baterias flexíveis, tintas condutoras ou tecidos de aço inoxidável são alguns dos materiais já disponíveis que podem moldar o futuro do design.
Parecem saídos de filmes de ficção científica, mas há novos materiais no mercado que, embora sejam ainda pouco usados, abrem um novo mundo de possibilidades para os designers. Andrew Dent, vice-presidente da Material ConneXion – que tem clientes como Armani, Calvin Klein, Hermann Miller, Disney e Nike – revelou à Fast Company alguns dos desenvolvimentos vanguardistas que acredita irem definir o design dos próximos anos.
Já muito falado, o grafeno tem excelentes propriedades de resistência (100 vezes superior ao aço), leveza e condutividade térmica e elétrica, mas é um material relativamente difícil de trabalhar. O nanorrevestimento de grafeno permite, contudo, que outros materiais sejam revestidos com o material, dando à maior parte deles as melhores qualidades do grafeno de forma eficiente e barata. Uma utilização possível em termos de design industrial é usar o nanorrevestimento em grafeno para conceber smartphones mais finos, mais leves, mais resistentes e com uma melhor bateria.
O Karta-Pack, um material 100% pós-consumo, tem o toque do algodão mas a rigidez do plástico e é obtido a partir de fibras de algodão recicladas, aprovisionadas em jeans e t-shirts de algodão já no fim de vida. Dent sugere que os designers podem usar Karta-Pack para criar mobiliário com toque de tecido, mas suficientemente resistente para suportar o peso de uma pessoa.
Embora já existam, há vários anos, tintas que conseguem conduzir eletricidade, estas tintas apenas vêm em duas cores: prata e carbono. Isso dá às tintas condutoras uma estética que «não tem beleza real para não-engenheiros», afirma Andrew Dent. Um novo desenvolvimento, contudo, tornou finalmente possível ter tintas condutoras em qualquer cor desejada. Uma potencial utilização é em vestuário inteligente e wearables.
O ThermalTech constitui um tecido inteligente fabricado com 100% rede de aço inoxidável e com um revestimento solar seletivo, podendo ter vantagens para quem produz vestuário desportivo. O tecido apresenta uma excelente performance à absorção de calor sob a forma de luz ultravioleta e depois dispersa-a pelo material para dissipação. Permite, por exemplo, criar equipamento de desporto que mantém o utilizador quente como a lã sem o volume desta, que já despertou o interesse de empresas como a Nike. Estas empresas, explica Andrew Dent, «já têm materiais que eliminam maus odores e transpiração. A regulação térmica é o próximo Santo Graal».
Imagine usar um fato completo que é apenas uma grande bateria de iões de lítio. A Flexible Battery da Jenax pode tornar isso possível. «A diferença é que enquanto as baterias normais vêm em peças sólidas, esta bateria é fiada com fibras que a tornam mais flexível», explica Dent. As baterias flexíveis podem, aparentemente, ser dobradas vários milhares de vezes sem afetar a sua performance, tornando-as na escolha perfeita para vestuário inteligente, têxteis eletrónicos, wearables e gadgets flexíveis do futuro.
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