“São muitos os sinais que comprovam o sucesso da extraordinária capacidade de sobrevivência e adaptação à mudança da indústria têxtil portuguesa – que os mais crentes não hesitam em apelidar de milagre. No virar do século, o pensamento europeu dominante olhava a China como a fábrica do mundo e sonhava com o Velho Continente a viver confortavelmente à custa dos serviços, num ambiente clean, finalmente livre da poluição e ruído que a indústria tradicionalmente fazia. Mas algures no Norte de Portugal, um grupo irredutível de industriais têxteis resolveu resistir, fazendo orelhas moucas a este canto das sereias de Bruxelas e Lisboa, e teimosamente lutou por manter as suas fábricas a laborar. Não foi fácil continuar a navegar no mar tempestuoso que se seguiu ao desmantelamento do acordo Multifibras e à adesão dos países asiáticos à OMC. Foram muitas as empresas que não se aguentarem ao balanço e naufragaram. No entanto, contra ventos e marés, o essencial…
ler maisA qualidade e evolução da indústria têxtil portuguesa volta a marcar pontos no panorama internacional, através da valorização do produto nacional, com uma franca aposta na modernização das fábricas, depois de um período, entre 2001 e 2008, que foi demolidor para o setor e os seus agentes. Em 2001, com a adesão da China à Organização Mundial de Comércio (OMC), aquele país inicia uma imparável ascensão na conquista de quota de mercado na União Europeia, por via dos acordos bilaterais que permitiram ao gigante oriental introduzir nos mercados ocidentais peças de roupa a preços de venda muito baixos. Este facto veio acelerar a deslocalização industrial dos têxteis e do vestuário e o seu desaparecimento da maioria dos países ocidentais. Também o alargamento da União Europeia a Leste, possibilitou a entrada de países com vasto conhecimento nesta área e a abertura a mercados de custos laborais muito baixos, como é o caso da Roménia, Polónia e…
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