Sem se enquadrar nas definições de tecido ou malha, o Zephlinear é uma nova estrutura têxtil não tecida produzida a partir de fio. Inventada pela investigadora britânica Sonia Reynolds, esta nova estrutura está atualmente nas mãos do Advanced Textile Research Group da Universidade Nottingham Trent, que se encontra a trabalhar no processo produtivo.
«O Zephlinear não se parece com nada em termos dos processos conhecidos de produção de tecidos», afirma Sonia Reynolds no seu blogue.
O novo tecido é fabricado através de uma nova técnica de entrelaçamento do fio. Embora o processo não tenha sido completamente desvendado por questões de propriedade intelectual, a equipa de investigação explica que as fibras mais finas podem entrelaçar-se de forma irreversível. O processo para criar o Zephlinear usa esta característica para entrelaçar apenas a fibra na superfície do fio. A dimensão do entrelaçamento só é visível ao microscópio, mas pode produzir uma estrutura com enorme resistência.
Sonia Reynolds revela que o Zephlinear, que deriva da fusão das palavras zéfiro e linear, tem potencial para ser usado noutras aplicações, como revestimento de parede. «E como é muito menos intensivo a fazer em termos de trabalho do que a malha ou o tecido, é um material mais amigo do ambiente na produção», explica a investigadora.
Reynolds acrescenta que, «devido aos canais lineares do fio, o material tem um grande potencial para ser usado como têxtil inteligente. Em particular, acreditamos que se presta bem a incorporar microcápsulas com medicamentos ou aromas, para ajudar a entregar medicamentos a partes específicas do corpo ou para criar vestuário antibacteriano ou aromático».
De acordo com a equipa de investigação, o Zephlinear é mais resistente e mais eficiente quando obtido a partir de fios naturais, como 100% lã e misturas lã/seda, embora também possa ser produzido com fios sintéticos.
Tilak Dias, que lidera o Advanced Textile Research Group, considera que «o Zephlinear é um desenvolvimento extraordinário numa indústria que está a avançar a um ritmo incrível», sublinhando que «é muito macio e flexível e retoma bem a sua forma original depois de alongado». Por isso mesmo, Dias acredita que «vai ajudar a oferecer às pessoas vestuário mais inteligente e mais amigo do ambiente no futuro».
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